sábado, 6 de março de 2010

Presente da Chuva!

Hoje em meio à noite fui surpreendido com uma vizitinha inesperada. Uma surpresa que batia suavemente à minha janela. Era a Chuva. Gotas e mais gotas, batiam contra meu quarto a fim de me acordar.
Acordei bem lentamente, bem calmo. Os sons das gotas chegavam aos meus ouvidos como doces melodias celestiais. Ao acordar percebo minha janela semi-aberta e alguns borrifos insistindo para entrar quarto a dentro e se repousarem em minha cama.
Sento-me na cama, o sono ainda é muito presente. Olho para a janela e percebo um céu diferente. Engatinho como uma criança, em cima da cama em direção à janela. Olho atentamente para o céu. Hoje as estrelas nem a lua deram a honra de suas presenças. Hoje, o que dava presença era grandes nuvens cor de rosa com luances vermelhas, junto à água em forma de gotas, acompanhadas de uma brisa um tanto fria.
Sentei-me na cama e comecei a olhar para esse lindo presente trago pela chuva. Talvez pretensão minha, mas hoje o céu me mostrou como estou. Como que aos poucos eu venho tampando, ofuscando minhas estrelas e quem sabe minha lua. Ambas estão sendo tomadas por gotas de lágrimas, sangue e dor.
Alguém essa manhã me disse que sou muito legal, inteligente e me questionou os motivos que eu ainda estaria sozinho. No momento respondi qualquer coisa, mas agora após o esse presente, essa colocação começou a fazer sentido. Questionamentos e um desespero seguido de um aperto inundaram meu corpo.
Infelizmente não possuo essência. Não sei o que fui nem o que sou. Sou apenas um emaranhado de ideias soltas. Onde personagens, ideias perambulam um entre o outro. Essa pessoa que me disse isso... Apaixonou-se por uma personagem, uma ideia, um pensamento.... Uma personagem que fisicamente e realmente não existe. Sou tantos, sagaz, vulgar, carente, alegre, deprimido. Sou aquilo que algumas pessoas precisam. Faço da minha vida uma fonte de alegrias, basta pedir.
Enquanto eu... Vácuo. Uma coisa que nem mesmo eu sei o que é. Vazio, escuro, acabado. Uma pessoa capaz de se isolar totalmente tentando assim não admitir qualquer contato. Um ser que agradece a companhia da solidão, que conversa sozinho, abraça um cobertor. Que ama se fechar em sue quarto quando a casa esta cheia....
Sádico! Só mesmo um solitário, escreveria sobre essas insanidades pessoais. Sim apenas a mim interessa. Às outras pessoas, interessam apenas meus personagens, pois esses amam e gozam da vida, e nem ai para os problemas dela.
Vamos levando... Quem sabe um dia os personagens ganham vida própria.. e seu autor... Morre....

A chuva continua a cair