sábado, 2 de janeiro de 2010

Sou teu tudo.... Sou teu nada

Verdade! Palavra de poucas letras que exprime sentimentos diversos. Dor, rancor, impotência, alívio, aconchego, calma, solidão... Atitude que denota vazio e ao mesmo tempo preenche lacunas. Mas que inúmeras vezes nos é direcionada de maneira negativa, adotando assim nova forma e significado: Mentira.
Quem nunca mentiu para o parceiro com a desculpa de não magoar, evitar brigas ou discussões sem utilidades – você achava -, mas que depois de um tempo ou quando o relacionamento acaba, essas mentiras perderam o valor para que as verdades tomassem a sua ascensão e se prevalecessem. A sensação da queda da máscara é dolorosa. Você tenta explicar, reverter a situação, mas já é tarde, parece que verdade e mentira se misturam em sua cabeça fazendo um emaranhado de ideias, agora, sem valor. Quando se mente, se sustenta um próprio Ego carente, triste e frágil, pois esse não suporta a realidade assim como ela é. Tem medo do não, medo da negação advinda do outro. Dói muito quando ele encara a verdade do outro.
Tudo parece um sonho, as coisas andam bem, seu modelo – ou seja, projeção inconsciente - está ali ao seu lado. Vocês a cada dia estão mais entrosados, um minuto longe parece eterno. Vocês sonham em se casar, chegam ao ponto de ideias mirabolantes como casar na igreja, festa e tudo mais... Querem o apartamentinho de vocês, afinal vocês querem uma vidinha juntos, Você ainda faz faculdade e ele trabalha com o mesmo objetivo: querem o cantinho de vocês, querem entrar na rotina de um casal.
Quantas e quantas vezes vocês iam sair e ele “brigava” que sua calça estava justa de mais e você batia o pé que não, corria para o banheiro olhava para o espelho e abria aquele sorriso e pensava: “... Proteção....Gacinha...Ciuminho....” Outra vez, vocês dois na boate e um cara encara ele demais e você diz que quer tirar satisfação com o cara ousado que olha para ele, e , ele com aquele sorriso maroto e aquela carinha safada, olha no seu olho e diz: “... Pra que tirar satisfação? Sou só seu!....” E te da aquele beijo de te tirar o fôlego. É ele realmente sabe te fazer feliz. Ele te diz muita coisa em pequenas atitudes, em um simples olhar, um gesto. Você tem a impressão que as histórias de amor saltaram dos livros e parecem acontecer em suas vidas.
Vocês saem com amigos seus e dele. Há aqueles que você adora, já outros nem suporta ver, você diz a ele que não gostou de algum deles, talvez do assunto dele, ou da forma de agir, ou simplesmente incompatibilidade de personalidades. Ele apenas ri, aliás, da aquela gargalhada, te abraça e balança a cabeça te pedindo apenas paciência, pois seu amigo sempre foi assim, mas que é gente boa, te pede para dar m tempinho a esse amigo que logo-logo eu viria o quão ele é legal assim como os outros. Já com seus amigos ele é um amor, às vezes sobressaindo a sua popularidade com eles. Em cinco minutos na mesa com eles, ele já conversava com todos, mas nunca deixando de lado a mãozinha na sua perna embaixo da mesa, aquela mãozinha já te disse muita coisa....
Tudo as mil maravilhas. Mas após um tempo as coisas começam a se tornarem diferentes. Os sorrisos agora nem sempre exprimem alguma coisa, a calça tanto faz. O abraço parece menos apertado, pois você nem tem a sensação de escutar o coração dele bater. A mãozinha embaixo da mesa também mais nada diz. Você percebe que ele anda muito pensativo, às vezes indiferente. Hora ele te deixa sem ar, sem palavras, à flor da pele. Outras parece a mercê de você. Você tenta um diálogo, ele diz que é apenas o trabalho, ou mesmo a família dele que sempre o pressionou muito por seu de uma linha muito conservadora. Você tenta amenizar a situação dizendo que você está ali e que vai ajudar no que precisar e que o limite permita. Ele te olha com os olhos tristes, carregados de lagrimas, te abraça. Um abraço nunca antes te dado, você também não se contém e cai em choro junto a ele. Passa mil ideias na sua cabeça. Você quer ser um super herói para ajudá-lo, quer sofrer por ele. Você diz isso a ele. Parece que suas palavras fazem as lagrimas dele se multiplicarem.
Após esse período, vocês se acalmam, dormem abraçados como sempre dormiam, você no canto e ele na beirada da cama. Ao acordar, você apalpa o lado e vê que ele não está. Sente apenas uma coisa sensível e delicada. Quando vê é apenas uma rosa branca, molhada de orvalho – colhida na vizinha -, com um bilhete: “... Você me diverte, mas me cansa. Te amo...”
Hoje ao escrever o texto me peguei pensando nos sinais que as pessoas em deram ao longo da vida e que eu inocentemente não consegui entender, ou simplesmente não quis admitir.. Por ter um Ego frágil. Desculpe por não entender que aquela calça ficava ridícula para mim, ou que mão sobre a minha perna simbolizava que você detestava aquelas pessoas estavam... Revivi passagens da minha vida, vários momentos lindos que foram relembrados com grande satisfação. Mas também me vieram a consciência recordações que me deixaram ainda mais tristes. Coisas que quando eu vivia na minha verdade, ao tive consciência ou mesmo coragem de perceber os sinais da verdade do outro que estava ali ao meu lado, mesmo que por medo, fingia não enxergar a verdade real ali presente. Uma vez que quando eu entrego a um relação eu invisto tudo, todas as minhas fichas.... Mas nunca ganho.... Eu queria apenas que as pessoas falassem a verdade para mim.... E obrigado a vocês que brincaram comigo, pois vocês me fizeram perceber a verdade das coisas e não mais a minha doce mentira. Vocês me mostraram o quão eu sou Idiota e um tremendo Solitário que busca o nada!